Dieta hipercalórica e défices de aprendizagem

 

Dieta hipercalórica e défices de aprendizagem


Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) demonstra que, durante a adolescência, uma alimentação baseada numa dieta hipercalórica pode ter consequências no cérebro, induzindo défices de aprendizagem e memória, bem como o aumento dos níveis de ansiedade. Estes problemas podem estar relacionados com o “aumento da neuro-inflamação e/ou redução da neurogénese e da expressão de determinadas proteínas do sistema GABAérgico na formação do hipocampo”, explica Bárbara Mota, investigadora da FMUP.

As dietas hipercalóricas - ou seja, com elevado teor de gorduras saturadas e açúcares refinados - "são normalmente associadas a uma variedade de doenças, incluindo a obesidade e a diabetes, mas nem sempre as associamos à saúde do cérebro", destaca um comunicado da FMUP. Agora, esta investigação vem "sublinhar que, durante a adolescência, esse tipo de alimentação pode ter consequências no cérebro, induzindo défices de aprendizagem e memória, bem como o aumento dos níveis de ansiedade".

De acordo com os investigadores, "mesmo períodos curtos de consumo da dieta ocidental [rica em açúcares e gorduras] podem comprometer a função cognitiva e as deficiências cognitivas podem surgir mesmo antes das alterações no peso corporal e do desenvolvimento da obesidade".

Outro fator "determinante", segundo o estudo, "é a idade em que as dietas hipercalóricas começam, particularmente para o cérebro, uma vez que eventos cruciais no desenvolvimento do cérebro, processos neurogénicos e maturação ocorrem durante o início da vida".

Fica este registo para se pensar….